sexta-feira, 23 de abril de 2010

: Depois do acaso...


De 24 de abril a 16 de maio de 2010

Sábados e Domingos às 20h

Local: Sala 209 da Usina do Gasômetro*
Ingresso: R$ 15,00 inteira; R$ 8,00 estudantes, artistas, idosos e assinantes do Jornal Correio do Povo

* O Coletivo de dança da Sala 209, do qual o Grupo TATO é gestor junto à Eduardo Severino Cia de dança, foi homenageado com o Prêmio Joaquim Felizardo da Prefeitura de Porto Alegre entregue no último dia 13/04 aos destaques da cultura em 2009.

Concepção, cenário e direção: Fernanda Carvalho Leite

Bailarinos criadores: Fernanda Carvalho Leite, Lindon Shimizu (indicado ao Açorianos de Dança como Melhor Bailarino), Luciano Tavares e Viviane Lencina

Música: Guenther Andreas (Prêmio Açorianos 2008 de Melhor Trilha Sonora e indicado mesmo prêmio em 2009)

Iluminação: Luciana Hoppe

Assessoria de Imprensa: Creuza Barreto

Fotos: Rogério Ortiz

: Depois do Acaso estreou em 30 janeiro de 2010 na Sala Paissandu da Galeria Olido, a convite da Prefeitura de São Paulo no II Encontro Internacional de Contato Improvisação. É um desdobramento do espetáculo “Ato ao Acaso” desenvolvido ao longo de 2009 na Sala 209 da Usina do Gasômetro, em Porto Alegre.

Sinopse

A partir de uma estrutura que vai de solos simultâneos a duos, trios e quarteto, o espetáculo é desenhado em coreografias instantâneas norteadas pelos objetivos e imagens de cada cena. Alguns motes estão determinados, outros são fruto da inspiração do momento do artista. Estimulamos o desconhecido e a surpresa do presente. Assim estamos inteiros e honestos junto ao público que verá uma dança totalmente relacional ora acrobática, ora sensual, poética ou divertida.

Conceito

A vida é feita de escolhas e casualidades. Escolhas bem pensadas e justificadas e outras feitas sem motivos aparentes. Acontecimentos previsíveis e outros que não sabemos explicar. Com muita paixão e controvérsia, o acaso é assunto em filosofia, religião, ciência e arte. Para dançar com o acaso improvisamos. Ao improvisar com outras pessoas relacionamos as decisões e brincamos com as surpresas, afinando os corpos para a harmonia do movimento conjunto. Entramos em sincronia e sintonia. Deixar espaço para a dúvida e para o jogo, ampliar nossos sentidos e intuição neste diálogo em movimento que é o Contato Improvisação. Abrir a escuta para dialogar também com a música criada no instante, na vibração peculiar da cravina. Jogar com prazer e humor transmitindo afeto e leveza nas relações é o que esperamos que chegue ao espectador com : Depois do Acaso.

: Depois do Acaso foi desenhado a partir das melhores cenas de “Ato ao acaso” e conta ainda com outras estruturas criadas desde então. A diretora Fernanda Carvalho Leite não estava no elenco na primeira montagem devido a uma lesão no joelho agora curada, e a bailarina Juliana Vicari saiu para estudar em Nova Iorque. Mudam as pessoas mudam as relações. Seja o acaso um acidente, uma viagem, sorte ou azar, nosso trabalho é lidar com a surpresa e constantes decisões momento a momento, coreografias instantâneas. O foco do trabalho é o Contato Improvisação, uma forma de movimento pós-moderno onde há intensa fisicalidade interativa e espontânea, baseada no instinto e no toque compartilhando peso, equilíbrio e energia cinética. Em parceria, o músico Guenther Andreas (tocando Cravina, instrumento elétrico de cordas criado a partir do stickbass) desenvolve temas jogando com os movimentos dos bailarinos (e vice-versa) e harmonizando com as temáticas em improvisações.

No espetáculo há formações em solos, duos, trios e quarteto que são abstratos ou com narrativas muito claras, como por exemplo “Detalhes”, um duo feminino, lento, controlado, sem impulsos ou deslocamentos e cheio de mistérios; “O x do y” que fala sobre o lado feminino e competitivo dos homens e “Black Bird” desenvolvido sobre o desejo de voar e a ajuda dos outros para dar suporte, confiança e segurança.

Pensamentos sobre o acaso

“O acaso é o maior romancista do mundo. Para ser fecundo basta estudá-lo”

Honoré Balzac

“Os homens perspicazes não fazem mais que tatear suas dúvidas até que o acaso ilumine sua intuição” André Azevedo da Fonseca

“O acaso só favorece a mente preparada”. Louis Pasteur

“O acaso, não se submetendo às regras, é avesso a qualquer objetivo construtivo ou destrutivo... Mas ele é, pelo menos, uma fonte de diversidade e de renovação. Ele garante a particularidade da história de cada homem e, assim, sua individualidade e sua identidade. Isso pode significar dor ou prazer, mas em qualquer um dos casos, significa a possibilidade de ter experiências diversificadas. Seria uma benção ou uma desgraça se pudéssemos escrever antecipadamente nossa própria biografia? É difícil saber, mas, seguramente, seria monótono.”Ronaldo Entler

“A partir de agora, o teatro deixará de ser essa coisa fechada, aprisionada no espaço do palco, para converter-se num verdadeiro ato, submetido a todas as solicitações e distorções ditadas pelas circunstâncias, e na qual o acaso volta a ter importância.” Texto de difusão das atividades da companhia do Teatro Alfred Jarry, da qual Antonin Artaud foi um dos fundadores. (em “A arte da performance” de Jorge Glusberg)

“ Se pode, com razão, criticar o homem cego a esses acasos, privando a vida de sua dimensão de beleza.” Milan Kundera ( em A Insustentável leveza do ser)

“A beleza é a harmonia entre o acaso e o bem.” Simone Weil

sábado, 10 de abril de 2010

Oficina com Andrew Harwood e Paula Zacharias. Inscreva-se já!


SINTONIZANDO ATRAVÉS DO CONTATO

Um workshop de Composição Instantânea e Contato Improvisação com Andrew de Lotbinière Harwood (Canadá) e Paula Zacharias (Argentina)

27, 28 e 30 de abril (terça, quarta e sexta sábado e domingo) das 9h30min às 13h30min; 01 e 02 de maio das 12h às 18h30min

Local: Sala 209 da Usina do Gasômetro

Investimento: R$ 200,00 (20% de desconto para profissionais da dança e estudantes)

Bolsas: 8 bolsas integrais serão concedidas para sócios do SATED em dia. Regularize-se! F: 3226 1921

Esta oficina faz parte do festival Dança.com. Informe-se e participe! Fone: 3289 8065

Inscrições e solicitações de bolsa: sulemcontato@gmail.com

Informações: (51) 9677 8040

Este workshop pretende imergir os participantes na prática de improvisação em dança com um ambiente estimulante e sustentador. Duas abordagens complementares à improvisação e composição serão exploradas por Andrew e Paula. O campo sensorial da percepção, que desperta e “sintoniza” a imaginação durante a improvisação, será combinado com a fisicalidade interativa e espontânea da forma em dueto do “contact”, baseado no instinto e no toque. Bodywork irá complementar os procedimentos. Paula e Andrew têm viajado internacionalmente ensinando e fazendo performances juntos nos últimos 8 meses no Canadá, Estados Unidos, Austrália, América do Sul, México e 6 países da Europa.

Paula Zacharias focalizará seu trabalho em abrir o campo da percepção visual e sensorial para a improvisação. Este trabalho é baseado e influenciado pelo “Tuning Score” criado por Lisa Nelson, um estudo nas maneiras que percebemos e as escolhas que fazemos no processo de observação abrindo os sentidos para outras realidades. A observação simples afeta a ação, enquanto atenção e intenção complementam um ao outro ajudando a quebrar padrões desenhando outros sentidos para dentro do processo criativo do movimento. Através da consciência da percepção visual e não visual nós podemos sintonizar nosso mundo interno e externo, observando e acordando a imaginação para a composição.

Andrew Harwood vai focalizar seu trabalho na Improvisação por Contato, que é um jogo livre entre dois corpos em movimento compartilhando peso, equilíbrio e energia, geralmente deixando seus participantes informados, centrados e animados. Simples trabalhos em parceria ou trabalhos profundos de release, usando sequencias de movimento anatomicamente sonorizadas, nos levará para uma experiência interna aterrada do nosso peso em movimento. A vigilância é constantemente encorajada para que se trabalhe num estado de “presença” energético. Nós vamos praticar várias habilidades como rolar, cair,dar suporte, estar de cabeça para baixo, peso torrencial e capturar. Relaxamento profundo, jogos de reflexo e coordenação, consciência sensorial, trabalho de “ki” e muitas danças em contato com outros vão equilibrar este trabalho.

REALIZAÇÃO:Grupo TATO, Centro de Dança, Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Secretaria Municipal de Cultura

APOIO:Conseil des arts et des lettres du Québec , SATED-RS, Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas – IA/UFRGS, Coletivo da 209, Usina das Artes

CURRÍCULOS
Andrew de Lotbinière Harwood é performer canadense reconhecido internacionalmente em dança e improvisação, mestre em coreografia instantânea e Contato Improvisação. Diretor artístico da AH HA produções, companhia com sede em Montreal que se dedica à criação, ao ensino e a difusão da improvisação como arte de cena. Ele participou de diversas colaborações com Steve Paxton, Nancy Stark Smith, Peter Birgham, Mark Tompkins, Ray Chung, Chris Aiken, Lin Snelling, Benoit Lachambre e Lisa Nelson. Ele também dançou pelas companhias de Marie Chouinard, Jean-Pierre Perreault e Jo Lechay. Suas criações tem sido apresentadas em festivais internacionais e séries de dança como o Festival International de Nouvelles Danse/ Montréal, Improvisation Festival/ Nova York, Festival Montpelier, etc. Recebeu o prêmio Jacqueline-Lemieux do Conselho do Canadá em 2000.

Paula Zacharias é bailarina argentina de Butoh e Contato Improvisação, com sólida formação em dança contemporânea e na técnica de release. Começou a dançar com Alma Falkenberg em 1989 e continuou seus estudos com Andréa Fernandez. Aperfeiçoou-se em Contato Improvisação com Steve Paxton, Nina Martin, Nancy Stark Smith, Andrew Harwood, entre outros. Em dança butoh teve mestres tais como Rhea Volij, Tadashi Endo, Minako Seki e Diego Piñon. Faz parte do grupo de composição de Butoh dirigido por Rhea Volij desde 2005. Seu trabalho de composição de movimento em dança tem influências do método Tuning Scores de Lisa Nelson.